Sim, as memórias tem rosas no cabelo... e muito açúcar e muita canela nos pés.

Eu decidi começar esse post como eu sempre comecei todas as cartas na minha vida.

Belo Horizonte, 16 de janeiro de 2014.

Ei, FAR. Tudo bem? 

Eu não sei porque eu vim até aqui, mas eu senti que devia responder tudo e a todo sofrimento que eu ando lendo e tendo nos últimos dias. Eu sei que não é minha função (nunca foi, e agora é menos ainda) amenizar os sofrimentos de quem tanto me fez sofrer. E eu sinto que há um amálgama dentro de mim. Eu não sei de onde retomar todas as lembranças que me consomem, e elas são muitas. Mas na maioria delas, o açúcar e a canela deram espaço para formigas... formigas mil, nada bem vindas. E as rosas... bem, as rosas foram ficando cada vez mais amareladas pelo tempo... e pelas lágrimas. 
O único consolo que eu tive desde a última vez que a gente se viu foi o seu reconhecimento. O reconhecimento de que por mais que eu tenha cometido erros eu tentei... eu fiz o que pude para que as coisas retomassem os eixos. Eu tentei mais que eu devia. Eu fui rejeitada, trocada... e eu eu insisti. E eu não falo isso mais com o desejo de que você se sinta culpado, como fora outrora... eu falo isso com o alívio de quem tira o peso do mundo das costas. Porque eu cheguei a acreditar que eu tinha sugado sua vida, como se eu tivesse esse poder... e eu não sei se você imagina o quão mal eu fiquei por isso. 
Bom, eu não queria me alongar nesse post/carta, porque eu não acho que esse blog seja espaço pra isso mais. Mas eu queria que você soubesse que nenhuma porta está fechada pra sempre, nunca estará. E que eu estou disponível pra qualquer conversa que você queira ter sim, mas por agora, não pessoalmente. E não é por mal, mas eu preciso me resguardar... eu já sofri muito. Considere isso como um casulo, ou uma semente... que demora um tempo pra se abrir de novo pro mundo. Porque sim, eu estou tão hermeticamente fechada quanto você! Não que isso seja bom. 
No mais, os sonhos todos não se dissolveram no ar. Eles estão aqui comigo. E você era minha última tentativa pra realizá-los, lembra? Francisco, Julia... tudo isso por enquanto é uma grande ferida aberta, que sangra todos os dias... todos eles... do momento em que eu me levanto até a hora em que eu vou me deitar (raros são esses momentos). Você, como eu já disse, ao menos por enquanto, é minha memória inconsolável! Não tem nada que amenize a dor que é ver o fim de algo tão bonito, tão promissor, de tantas descobertas. E não é culpa sua, nem minha... foi assim. 
Fica aqui o agradecimento pelos paxxxtéix de belém, pela asfixia de Amsterdã, pela noite linda olhando pra Torre Eiffel, por todos os passeios e turismo gastronômico da Itália, pelo romantismo de Mariana, e pela maresia de Recife. Tudo isso faz parte das minhas, pra sempre, memórias inconsoláveis. E tenha certeza de que eu não vou esquecer de nada disso nem um segundo da minha vida. Mas só por hoje, todas essas coisas vem junto com outras que me fazem muito mal! 
Eu não quero te ver assim. Eu quero que você transforme "essa queda num passo novo, esse medo em uma escada, esse sono numa ponte, e essa procura num novo encontro"... sem direcionar com o que ou quem! 
Eu nunca vou conseguir uma explicação pras coisas terem terminado forma como elas terminaram. Mas talvez seja melhor... E quem sabe daqui a um tempo a gente não se encontra por ai nessas voltas que a vida dá? Eu só peço esse tempo por hoje, só por hoje... 
Com todo amor do mundo! 

B.

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Por Bárbara Gonçalves, ou "Barbarella".

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